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Qual é a Diferença entre o Cristianismo e o Judaísmo?


O cristianismo e o judaísmo compartilham raízes profundas. Ambos se baseiam na revelação de um só Deus, adotam o Antigo Testamento como parte central de suas escrituras e descendem da fé do patriarca Abraão. No entanto, apesar dessa ligação histórica e teológica, o cristianismo e o judaísmo são religiões distintas, com visões diferentes sobre quem é Deus, qual é o caminho da salvação e qual é o cumprimento das promessas divinas.

Esta diferença fundamental gira em torno de uma pessoa: Jesus de Nazaré.

Neste artigo, vamos explorar com profundidade bíblica, clareza teológica e respeito mútuo qual é a diferença entre o cristianismo e o judaísmo, comparando seus pontos de união e divergência em temas como Deus, a Lei, o Messias, a salvação e o futuro.


1. Origens Comuns: A Raiz Hebraica do Cristianismo

Antes de destacar as diferenças, é essencial reconhecer os pontos de união:

  • Mesmo Deus: Ambos crêem no Deus único criador do universo, revelado a Moisés como “YHWH” (Êxodo 3:14).
  • Mesmas Escrituras (em parte): O cristianismo aceita o Antigo Testamento como Palavra de Deus. Os judeus chamam esse conjunto de Tanakh (Torá, Nevi’im, Ketuvim), enquanto os cristãos o chamam de Antigo Testamento.
  • Patriarcas e Profetas: Abraão, Moisés, Davi, Isaías e outros são figuras centrais para ambos.
  • Ética Moral: Dez Mandamentos, justiça social, santidade e amor ao próximo são valores compartilhados.

O próprio Jesus foi judeu, nasceu sob a Lei, celebrou as festas judaicas e afirmou:

“Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim destruir, mas cumprir.” (Mateus 5:17)

Portanto, o cristianismo nasceu dentro do judaísmo, mas logo se expandiu para incluir gentios, trazendo mudanças teológicas decisivas.


2. A Grande Divergência: Quem é Jesus?

A principal diferença entre o cristianismo e o judaísmo está na identidade de Jesus de Nazaré.

No Cristianismo:

  • Jesus é o Filho de Deus, segunda pessoa da Trindade.
  • Ele é o Messias prometido (Cristo), enviado por Deus para salvar o mundo do pecado.
  • Sua morte na cruz é um sacrifício expiatório pelo pecado da humanidade.
  • Sua ressurreição é real, física e histórica, provando que Ele venceu a morte.
  • Ele é Senhor, Salvador e Único Caminho para Deus:“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14:6)

No Judaísmo:

  • Jesus não é o Messias. O Messias ainda não veio.
  • Ele não é divino, nem filho de Deus no sentido cristão.
  • O conceito de Deus como Trindade é rejeitado como politeísta ou contrário à unidade de Deus (veja o Shemá: “Ouve, Israel: o Senhor nosso Deus é um só Senhor” — Deuteronômio 6:4).
  • A ideia de um homem morrer pelos pecados dos outros contradiz a justiça divina (Ezequiel 18:20).
  • O Messias será um rei humano, descendente de Davi, que trará paz, restaurará Israel e governará com justiça.

Assim, para os cristãos, Jesus é a plenitude da revelação de Deus; para os judeus, ele é uma figura histórica que não cumpriu as profecias messiânicas.


3. A Lei de Moisés: Cumprida ou Permanente?

Outra grande diferença está na visão sobre a Lei mosaica (Torá).

No Judaísmo:

  • A Torá é eterna, imutável e obrigatória.
  • Inclui os 613 mandamentos (mitzvot) — cerimoniais, civis e morais.
  • Observância de sábado, dietas (kashrut), festas, circuncisão e rituais é essencial.
  • A salvação está ligada à obediência à Lei e à misericórdia de Deus.

No Cristianismo:

  • Jesus cumpriu a Lei perfeitamente (Mateus 5:17).
  • A Lei tem um papel: revelar o pecado e conduzir ao Messias (Gálatas 3:24).
  • Sob a Nova Aliança, não estamos debaixo da Lei, mas da graça (Romanos 6:14).
  • Mandamentos morais (como os Dez Mandamentos) continuam válidos, mas os cerimoniais foram cumpridos em Cristo (Colossenses 2:16–17).
  • A salvação vem pela fé em Jesus, não pelas obras da Lei (Efésios 2:8–9).

Em resumo:

  • Judaísmo: Salvação por obediência à Lei + graça de Deus.
  • Cristianismo: Salvação por graça mediante fé em Cristo — a Lei aponta para Ele.

4. A Natureza de Deus: Um Só ou Trino?

Judaísmo – Monoteísmo Estrito

  • Deus é absolutamente uno. Nenhuma divisão ou manifestação pessoal.
  • A Trindade é vista como triteísmo (três deuses), o que viola o monoteísmo puro.
  • Deus é transcendente, santo, justo e misericordioso, mas não se encarna.

Cristianismo – Monoteísmo Trino

  • Deus é um em essência, três em pessoa: Pai, Filho (Jesus) e Espírito Santo.
  • Cada pessoa é plenamente Deus, mas há um só Deus.
  • Jesus é Deus encarnado:“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós…” (João 1:14)
  • O Espírito Santo é Deus presente nos crentes (Atos 5:3–4).

Essa diferença teológica é insuperável entre as duas religiões.


5. O Sacrifício Pelo Pecado

Judaísmo:

  • Até a destruição do Segundo Templo (70 d.C.), os sacrifícios eram oferecidos no templo de Jerusalém.
  • Hoje, sem templo, a oração, arrependimento (teshuva) e boas obras (mitzvot) substituem os sacrifícios.
  • Não há necessidade de um mediador humano ou divino.

Cristianismo:

  • Jesus é o sumo sacerdote e sacrifício perfeito:“Uma vez por todas se ofereceu… tendo obtido eterna redenção.” (Hebreus 9:12)
  • Seu sangue perdoa todos os pecados, para sempre.
  • Não há necessidade de novos sacrifícios.

6. O Conceito de Salvação

Judaísmo:

  • A salvação (yeshuah) é entendida como livramento nacional, cura, restauração e vida justa nesta terra.
  • Está ligada à aliança com Deus, ao povo de Israel e à obediência à Torá.
  • Há crença na ressurreição dos mortos (Daniel 12:2), mas não como centro da fé.

Cristianismo:

  • A salvação é libertação do pecado e da condenação eterna.
  • É individual, recebida pela fé em Cristo.
  • Garante vida eterna com Deus após a morte.
  • Baseada no sangue de Jesus e na ressurreição.

7. O Papel de Israel e a Nova Aliança

Judaísmo:

  • Israel é o povo escolhido de Deus, com uma missão eterna.
  • A esperança messiânica é futura, com retorno ao sion, paz mundial e reinado de justiça.

Cristianismo:

  • Jesus inaugurou a Nova Aliança (Lucas 22:20), prometida em Jeremias 31:31–34.
  • A Igreja é chamada de “Israel de Deus” (Gálatas 6:16), composta por judeus e gentios.
  • Israel ainda tem um lugar no plano de Deus (Romanos 11), mas a aliança nova está em Cristo.

Conclusão: Um Divisor de Águas Chamado Jesus

O cristianismo e o judaísmo têm muito em comum, mas são religiões distintas separadas por uma questão central: Jesus é o Messias e Filho de Deus?

  • Se sim, você é cristão.
  • Se não, você é judeu (ou seguidor de outra fé).

Ambos os lados devem ser tratados com respeito, dignidade e verdade. O cristianismo não despreza o judaísmo — Paulo disse que a salvação vem dos judeus (João 4:22). Mas também não pode negar que Jesus é o cumprimento das promessas feitas a Abraão, Davi e aos profetas.

Para o cristão, o judaísmo é a raiz; o cristianismo, a árvore frutífera.
Mas sem Jesus, não há salvação.
E sem o povo judeu, não haveria Bíblia, nem Messias, nem igreja.

Que haja respeito.
Que haja verdade.
E que a paz de Deus esteja sobre todos os que O buscam de coração.

Pastor Reginaldo Santos

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Pr Reginaldo Santos

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