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Quem São as Duas Testemunhas no Livro de Apocalipse?


No meio das visões dramáticas do livro de Apocalipse, uma das figuras mais misteriosas é a das duas testemunhas. Em Apocalipse 11:3-12, João descreve duas profetizas que surgirão durante a Grande Tribulação, vestidas de saco, pregando por 1.260 dias (ou 42 meses), com poder para fechar o céu, transformar águas em sangue e ferir a terra com pragas.

“E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco.” (Apocalipse 11:3)

Mas quem são essas duas figuras? São anjos? Profetas ressuscitados? Líderes judeus futuros? A identidade das duas testemunhas tem sido objeto de intensos debates entre estudiosos da Bíblia ao longo dos séculos.

Neste artigo, vamos explorar com profundidade bíblica, clareza teológica e análise histórica quem são as duas testemunhas no livro de Apocalipse, examinando as principais interpretações, os símbolos envolvidos e o papel delas nos últimos tempos.


O Contexto: As Duas Testemunhas na Grande Tribulação

Antes de identificá-las, é importante entender onde elas aparecem na sequência profética.

Em Apocalipse 11, João recebe um cajado para medir o templo de Deus, simbolizando a restauração do culto em Jerusalém. Em seguida, é dito que a cidade será pisada pelos gentios por 42 meses — um período que corresponde à Grande Tribulação.

É nesse tempo de grande aflição que surgem as duas testemunhas. Elas:

  • Profetizam por 1.260 dias (equivalente a 42 meses ou “tempo, tempos e metade de um tempo” — Daniel 7:25).
  • Têm poder sobrenatural.
  • São mortas pelo anticristo.
  • São ressuscitadas após três dias e meios.
  • São arrebatadas ao céu.

Seu ministério é um dos últimos chamados ao arrependimento antes da volta de Cristo.


As Características das Duas Testemunhas

A descrição de Apocalipse 11 revela traços marcantes:

  1. Vestidas de saco – Sinal de luto, humildade e urgência espiritual (como Elias e João Batista).
  2. Têm poder sobre o céu – Podem impedir a chuva (como Elias em 1 Reis 17:1).
  3. Transformam águas em sangue e ferem a terra com pragas – Poder semelhante ao de Moisés no Egito.
  4. São chamadas de “duas oliveiras” e “duas candeias” – Imagens tiradas de Zacarias 4, onde duas oliveiras alimentam um castiçal de ouro, simbolizando ungidos por Deus.
  5. São mortas pelo anticristo (a besta que sobe do abismo).
  6. Ressuscitam após três dias e meios – Como Cristo.
  7. São arrebatadas ao céu – Em pleno dia, diante de muitos.

Esses detalhes apontam para figuras de grande autoridade espiritual, com poder semelhante ao dos grandes profetas do Antigo Testamento.


Principais Interpretações sobre a Identidade das Duas Testemunhas

Há várias teorias sobre quem seriam as duas testemunhas. Vamos analisar as mais aceitas:


1. Elias e Moisés: Os Profetas Retornados

Esta é a interpretação mais popular e tradicional, baseada nas obras miraculosas descritas:

  • Elias fechou o céu por três anos e meio (1 Reis 17:1) — como as testemunhas.
  • Moisés transformou as águas em sangue e trouxe pragas ao Egito (Êxodo 7–12).

Além disso:

  • Elias não morreu, foi arrebatado ao céu (2 Reis 2:11) — podendo voltar.
  • Moisés morreu, mas seu corpo foi disputado por Miguel (Judas 1:9) — sugerindo um fim incomum.
  • Ambos apareceram com Jesus na Transfiguração (Mateus 17:3), ligando-os ao plano escatológico.

Muitos acreditam que Elias cumprirá a profecia de Malaquias 4:5:

“Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.”

Assim, Elias e Moisés retornariam como os últimos profetas antes da volta de Cristo.


2. Enoque e Elias: Os Dois Arrebatados

Outra teoria aponta para Enoque e Elias, os dois únicos homens da Bíblia que não morreram, mas foram arrebatados por Deus:

  • Enoque: “Andou com Deus, e não apareceu mais, porquanto Deus o levou.” (Gênesis 5:24)
  • Elias: “foi levado ao céu num redemoinho.” (2 Reis 2:11)

Essa interpretação argumenta que, como não experimentaram a morte, podem voltar para morrer publicamente, cumprindo Hebreus 9:27:

“Está ordenado aos homens morrerem uma só vez.”

Seus corpos mortos seriam uma prova visível da vitória do anticristo — até que Deus os ressuscite.


3. Figuras Simbólicas: Representações Espirituais

Alguns estudiosos veem as duas testemunhas como símbolos, não pessoas reais. Nessa visão:

  • As “duas oliveiras” de Zacarias 4 representam os ungidos de Deus: sacerdócio e realeza.
  • Podem simbolizar o Antigo e o Novo Testamento.
  • Ou o povo judeu e a Igreja pregando nos últimos dias.

Essa interpretação enfatiza o valor simbólico, mas perde o caráter pessoal e histórico do texto.


4. Dois Líderes Judeus Futuros (Desconhecidos)

Uma quarta posição defende que as duas testemunhas serão dois judeus fiéis, ainda não revelados, escolhidos por Deus para testemunhar no fim dos tempos.

Eles terão:

  • O espírito e poder de Elias (como João Batista — Lucas 1:17).
  • A autoridade de Moisés.
  • Mas não são necessariamente os próprios Elias ou Moisés.

Essa visão evita especulações e foca no papel delas: testemunhar com poder, morrer como mártires e serem glorificadas por Deus.


Conclusão: Quem São as Duas Testemunhas?

Embora a Bíblia não revele explicitamente suas identidades, a interpretação mais coerente com o texto e a tradição é que as duas testemunhas sejam Elias e Moisés, retornando para cumprir papéis proféticos finais.

Por quê?

  • Seus poderes coincidem exatamente com os descritos.
  • Ambos estão ligados à restauração final de Israel.
  • Apareceram com Cristo na Transfiguração, antecipando sua missão escatológica.
  • Elias foi prometido como precursor do dia do Senhor.

Independentemente de sua identidade exata, o que é claro é que elas representam a última advertência de Deus ao mundo antes do juízo final. São vozes de justiça, poder divino e fidelidade extrema, mesmo diante da morte.

E seu destino é glorioso:

  • São mortas, mas ressuscitadas.
  • São desprezadas, mas exaltadas.
  • São vencidas, mas triunfam.

Como todos os servos fiéis, elas provam que a verdade pode ser silenciada, mas nunca derrotada.

“Depois destas coisas vi subir da terra outra besta… e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?” (Apocalipse 13:3-4)
Mas logo depois: “Subiram ao céu na nuvem…” (Apocalipse 11:12)

Deus sempre tem a última palavra.

Pastor Reginaldo Santos

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Pr Reginaldo Santos

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