O que Constitui o Casamento de Acordo com a Bíblia?
O casamento é uma das instituições mais antigas e sagradas da humanidade. Em um mundo onde os conceitos sobre relacionamentos mudam rapidamente, muitos se perguntam: o que realmente constitui o casamento segundo a Bíblia? É apenas um contrato legal? Uma cerimônia simbólica? Ou algo muito mais profundo?
A Bíblia não trata o casamento como uma mera tradição social ou convenção cultural, mas como um pacto ordenado por Deus, estabelecido no Éden, confirmado por Jesus e usado como imagem do relacionamento entre Cristo e a Igreja.
Neste artigo, vamos explorar com profundidade bíblica, clareza teológica e aplicação prática o que constitui o casamento de acordo com as Escrituras, revelando seus fundamentos, elementos essenciais e propósito eterno.
A Origem do Casamento: Criado por Deus no Éden
O casamento não foi inventado pela Igreja, pelo Estado ou pela sociedade. Ele foi instituído por Deus no princípio da criação.
“E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.” (Gênesis 2:18)
Deus viu que Adão precisava de companhia — não apenas emocional, mas espiritual, física e relacional. Então criou Eva do lado de Adão, mostrando que ela não seria inferior nem superior, mas parceira, complemento e igual em dignidade.
Quando Adão viu Eva, exclamou:
“Esta, enfim, é dos ossos dos meus ossos, e da carne da minha carne.” (Gênesis 2:23)
Esse momento marcou o nascimento do casamento. E Deus selou esse vínculo com uma declaração solene:
“Portanto, deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão uma só carne.” (Gênesis 2:24)
Este versículo contém os três pilares bíblicos do casamento:
- Deixar – romper a dependência dos pais.
- Apegar-se – unir-se exclusivamente ao cônjuge.
- Tornar-se uma só carne – união física, emocional e espiritual.
Essa passagem é citada por Jesus (Mateus 19:5) e por Paulo (Efésios 5:31), mostrando que o modelo original permanece válido.
Jesus Confirma o Casamento como Pacto Permanente
No Novo Testamento, Jesus reafirma o design original de Deus para o casamento, em resposta aos fariseus que questionavam sobre o divórcio:
“Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez macho e fêmea? E disse: Por isso, deixará o homem pai e mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão os dois uma só carne? Assim já não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem.” (Mateus 19:4–6)
Com essas palavras, Jesus:
- Reafirma a ordem divina do casamento.
- Enfatiza a unidade (“uma só carne”).
- Declara a indissolubilidade: “o que Deus ajuntou, não o separe o homem”.
O casamento, portanto, não é apenas um acordo humano, mas um laço abençoado e selado por Deus.
Os Elementos que Constituem o Casamento Segundo a Bíblia
Embora a Bíblia não descreva uma “cerimônia formal”, ela revela os elementos essenciais que constituem verdadeiramente um casamento aos olhos de Deus.
1. Compromisso Público e Voluntário
O casamento começa com uma decisão consciente e voluntária de duas pessoas se unirem. Não pode ser forçado, manipulado ou oculto.
O “apegar-se” (Gênesis 2:24) implica compromisso total, exclusivo e vitalício.
2. União entre um Homem e uma Mulher
Toda referência bíblica ao casamento envolve um homem e uma mulher. Essa distinção sexual é parte do plano criador de Deus.
“Macho e fêmea os criou…” (Gênesis 1:27)
A complementaridade física, emocional e funcional entre homem e mulher reflete o design divino.
3. Fidelidade e Exclusividade
O casamento é monogâmico e fiel. A traição quebra o pacto.
“Por isso, deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher…” (singular)
A linguagem é exclusiva: uma mulher, não várias.
4. Intimidade Física – “Uma Só Carne”
A relação sexual é parte integrante do casamento. Ela não é opcional, pecaminosa ou secundária — é sagrada e unificadora.
“E serão uma só carne.” (Gênesis 2:24)
Paulo afirma:
“A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas o marido; e também, da mesma sorte, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas a mulher.” (1 Coríntios 7:4)
A intimidade física é um dom de Deus para fortalecer a união.
5. Procriação e Educação dos Filhos (como propósito, não obrigação absoluta)
Embora nem todos os casais possam ter filhos, o mandato original inclui:
“Sede fecundos, multiplicai-vos…” (Gênesis 1:28)
A família é o primeiro ambiente de discipulado e amor.
6. Pacto Diante de Deus, Não Apenas Perante o Estado
O casamento cristão é, antes de tudo, um pacto diante de Deus. O registro civil é importante, mas secundário.
Deus é testemunha do compromisso (Malaquias 2:14), e o matrimônio é chamado de “sagrado” porque envolve a presença e a bênção divina.
O Casamento como Imagem do Relacionamento entre Cristo e a Igreja
Um dos ensinamentos mais profundos sobre o casamento está em Efésios 5, onde Paulo revela que o matrimônio tem um significado cósmico:
“Isto é grande mistério, mas eu falo a respeito de Cristo e da Igreja.” (Efésios 5:32)
O casamento humano é um reflexo do amor de Cristo pela Igreja:
- O marido deve amar a esposa como Cristo amou a Igreja — até a morte.
- A esposa deve respeitar o marido como a Igreja respeita a Cristo.
Assim, o casamento não existe apenas para a felicidade do casal, mas como testemunho do evangelho.
Casamento Civil vs. Casamento Bíblico
Hoje, muitos vivem juntos sem casamento formal, enquanto outros se casam apenas por questões legais. A Bíblia reconhece que o verdadeiro casamento começa quando duas pessoas se comprometem exclusivamente uma com a outra, com intenção de permanecer juntas para sempre, mesmo que não haja cerimônia.
No entanto, a celebração pública honra a Deus, fortalece o compromisso e dá testemunho à comunidade.
Além disso, viver junto sem casamento (união estável, coabitação) é considerado fornicação na Bíblia (Hebreus 13:4; 1 Coríntios 7:2).
Conclusão: O Casamento é um Pacto Sagrado, Não uma Simples Escolha
O que constitui o casamento segundo a Bíblia não é um papel assinado, uma festa cara ou uma troca de alianças — embora esses elementos possam ser valiosos.
O verdadeiro casamento é:
- Uma união entre um homem e uma mulher,
- Baseada em compromisso exclusivo e permanente,
- Selada pela intimidade física,
- Confirmada por deixar os pais e apegar-se ao cônjuge,
- E reconhecida por Deus como um reflexo do Seu amor por nós.
É um pacto santo, não um contrato descartável.
É um ministério de amor, não apenas uma busca por felicidade.
É um sinal do evangelho, não apenas uma tradição.
Para quem deseja viver segundo a vontade de Deus, o casamento é muito mais do que um sentimento — é uma vocação, uma missão e um testemunho eterno.
“Assim já não são mais dois, mas uma só carne.” (Mateus 19:6)
E essa união, quando vivida sob a autoridade de Cristo, pode ser um farol de esperança neste mundo.
Pastor Reginaldo Santos
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